22.
Impotente para compreender a essência mesma
da Divindade, o homem não pode fazer dela mais do que uma idéia aproximativa,
mediante comparações necessariamente muito imperfeitas, mas que, ao menos,
servem para lhe mostrar a possibilidade daquilo que, à primeira vista, lhe
parece impossível.
Suponhamos um fluido bastante
sutil para penetrar todos os corpos. Sendo ininteligente, esse fluido atua
mecanicamente, por meio tão-só das forças materiais. Se, porém, o supusermos
dotado de inteligência, de faculdades perceptivas e sensitivas, ele já não
atuará às cegas, mas com discernimento, com vontade e liberdade: verá, ouvirá e
sentirá.